quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Boleiro Nostalgia: Denílson

Denílson chorando após a derrotana final da Copa do Mundo de 1998 para a França

O ano é 1994, o São Paulo jogava a Copa Conmebol, uma competição secundária que hoje deu lugar a Copa Sul-Americana. Sem muito interesse na competição, o São Paulo colocava um mistão formado por jovens como Juninho Paulista, Catê, Caio Ribeiro e principalmente um meia esquerda muito habilidoso que logo chamava a atenção da mídia com seus dribles desconcertantes e passagens em velocidade pela esquerda, Denílson logo de cara seria um dos destaques do título da competição em cima do Peñarol do Uruguai.

No ano seguinte foi vice-campeão Mundial Sub-20 com a Seleção Brasileira, mas sua história vencedora com a canarinho ainda estava no começo. Se firmou entre os titulares do Sçao Paulo apenas em 1997 durante o Paulistão. Graças a um regulamento estranho, o título não veio, mas suas assistências para Dodô e Aristizábal chamaram a atenção de Zagallo que o chamou para se juntar a estrelada Seleção Brasileira daquele ano, ao lado de Leonardo, Ronaldo, Romário, entre outras lendas, para três torneios que ficariam para sempre no coração dos brasileiros. O Torneio da França, a Copa América e a Copa das Confederações.


Denílson havia estreado em Novembro de 96 contra Camarões, mas foi nessas três competições que mantiveram seu nome na equipe por tanto tempo. Entre Junho e Dezembro, essas competições colocariam Denílson como nome certo na Copa do Mundo de 1998. O meia sairia com muito destaque e ainda desbancaria a dupla Ro-Ro levando o prêmio de melhor jogador da Copa das Confederações. Ganhou o coração são-paulino em 98, foi batendo o Corinthians na decisão do Campeonato Paulista, dando passe para os gols de Raí e França em sua despedida que Denílson saiu por cima do Brasil e iria para o Bétis como a maior transferência da história do futebol até então.


Na Espanha altos e baixos, o excesso de tempo no pequeno Bétis, a falta de trabalho com seu jogo tático e seu tratamento de rei o mimaram, Denílson foi por duas vezes o principal assistente da La Liga (1998-1999 e 2001-2002), teve passagem rápida e sem sucesso pelo Flamengo em 2000, ganhou duas Ramón de Carranza e uma Copa do Rei, saiu depois de sete temporadas como ídolo da equipe, campeão Mundial pela Seleção Brasileira, mas direto para uma decadência já esperada.


Passou um ano no Bordeaux sem sucesso, depois rodou por Al Nassr da Arábia Saudita e FC Dallas dos Estados Unidos sem sucesso até chegar no Palmeiras em 2008. No Verdão, nunca se firmou como titular, mas ficará sempre na lembrança o 2x0 contra o São Paulo tri-campeão no Brasileiro. Analisando hoje sua passagem pelo time do Parque Antártica, foi marcado pela irregularidade e por aparecer mais fora de campo do que dentro dele. Ao sair do Palmeiras, veio uma passagem frustrada pelo Itumbiara de Goiás, e outra relâmpago com o Hai Phong do Vietnã, com um jogo, um gol, uma atuação de gala e o jogador fugindo do país. Em Janeiro de 2010, sua última aventura, o Kavala da Grécia, sendo dispensado no mês seguinte por não emagrecer. Sem atuar Denílson saia do futebol longe do que lhe era esperado.

Títulos: Copa Conmebol: 1994 (São Paulo)
Copa Master da Conmebol: 1996 (São Paulo)
Copa América: 1997 (Brasil)
Copa das Confederações: 1997 (Brasil)
Campeonato Paulista: 1998 (São Paulo) e 2008 (Palmeiras)
Copa do Mundo: 2002 (Brasil)
Copa do Rei: 2004-2005 (Real Bétis)
Melhor Jogador da Copa das Confederações 1997


São Paulo-SP (1994-1998): 96 jogos e 8 gols
Real Bétis-ESP (1998-2000): 67 jogos e 5 gols
Flamengo-RJ (2000): 11 jogos e 3 gols
Real Bétis-ESP (2001-2005): 118 jogos e 8 gols
Bordeaux-FRA (2005-2006): 31 jogos e 3 gols
Al-Nassr-SAU (2006-2007): 15 jogos e 3 gols
FC Dallas-EUA (2007): 8 jogos e 1 gol
Palmeiras-SP (2008): 54 jogos e 7 gols
Itumbiara-GO (2009): 10 jogos e 1 gol
Xi Mang Hai Phong-VIE (2009): 1 jogo e 1 gol
Kavala-GRE (2010): não jogou
Brasil (1996-2003): 63 jogos e 8 gols
Total: 474 jogos e 48 gols


Habilidoso, cruel, era bancado como um dos futuros craques, a carreira vitoriosa e seu pseudo-sucesso na Espanha maquiam o que poderia ter sido, Denílson deu certo, mas não tanto quanto deveria ter dado pelo que foi confiado em seus dribles e avançadas mortais pelas pontas no fim dos anos 90.

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