sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A falta de interesse pelo Futebol Feminino e suas razões

Abby Wambach marcando gol pelos Estados Unidos
na final da Copa do Mundo Feminina de 2011
O futebol feminino divide muitas opiniões entre os fãs do esporte bretão, alguns julgam falta de investimento, outros dizem que é esporte, e que só deveria ser praticado por homens, pelo vigor físico e derivados, uma opinião a qual eu considero errônea e machista.

O futebol feminino realmente não chama tanta atenção, primeiro porque o campo parece muito grande para grande parte das jogadoras, não é nenhuma novidade que em quase todos os esportes existem medidas para os esportes se tornarem mais "adequados" as atletas femininas. Não que as mulheres não possam jogar tão bem quanto homens, mas a diferença física fala mais alto e negar isso é querer manter o esporte arcaico. No vôlei por exemplo, a rede para os homens mede 2,43 metros e para as mulheres mede 2,24 metros que faz uma grande diferença no jogo.

É inegável que os estilos serão diferentes, assim como no vôlei, a velocidade e a força dos homens dá espaço a técnica, visão de jogo e ocupação de espaço das mulheres. Aí é que entra a falta de investimento, muito se deve ao desinteresse do público, que com regras ainda desconfortáveis ao jogo para as mulheres, não torna o esporte tão assistido. Exemplo fica na última Copa do Mundo Feminina disputada em 2011 na Alemanha. Com uma média de público de 26.430 pessoas por jogo. Na mesma Alemanha foi disputada a Copa do Mundo Masculina em 2006 com a ótima média de 52.491 pessoas por jogo. Na atual Champios League Feminina, a média de público não passa de 1.761 pessoas por jogo, enquanto na masculina é de 37.478 pessoas por jogo. Isso é apenas o público, sem falar da visibilidade, valor histórico, patrocínios, o futebol feminino tem um longo período a galgar.

E como se mudar? Aqui no Brasil, desde os anos 90 tentam-se competições de nível nacional, o Campeonato Brasileiro em 2015 chegará apenas a sua terceira edição, a Champions só existe desde a temporada 2001-2002 e a Libertadores que pela primeira vez será disputada fora do Brasil (esse ano será na Colômbia), chega a sua sétima edição. A Copa do Mundo também só chega a sete edições em 2015, mas pelo menos já é mais cosmopolita que o Masculino, foram sete países jogando seis finais até então, CONMEBOL, CONCACAF, UEFA e AFC tiveram seleções suas decidindo, e três continentes deram  os quatro campeões (América do Norte, Europa e Ásia). A Copa do Mundo Masculina em vinte edições teve doze finalistas, foram oito campeões de dois continentes diferentes e nenhuma seleção de fora da UEFA e CONMEBOL chegou a final.

As traves, a dimensão do campo, algumas regras poderiam ser revistas, claro que demoraria para pegar no gosto popular, talvez nem pegasse, mas já tornaria mais atraente, mais leve, muitas vezes chega a dar pena algumas goleiras, principalmente de equipes onde o esporte não é tão desenvolvido como as africanas, tão pequenas que parecem crianças na frente de traves gigantes. Mas tenho que considerar que só vejo futebol feminino com afinco na Copa do Mundo, Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos, até pelo pouco espaço que tem na mídia, às vezes pego algum jogo perdido, uma partida de Seleção Brasileira ou algum torneio patrocinado por alguma televisão que mesmo assim é pouquíssimo divulgado, mas mesmo com uma visão superficial, é fácil de se ver alguns dos vários problemas e mesmo que a FIFA pareça interessada, é óbvio que só existe o esporte feminino pela aparência.

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