quinta-feira, 28 de junho de 2018

México e o pesadelo das Oitavas

Com 16 participações, o México é a seleção não-campeã que mais jogou na Copa do Mundo, no contexto geral apenas Brasil, Alemanha, Itália e Argentina foram à mais Copas do que os mexicanos, que perderam cinco Copas, três por não classificação, uma por banimento e outra por desistência.
Os melhores resultados foram quando receberam o mundial em 1970 e 1986, Quartas-de-Final. Em 1986, pela primeira vez a Copa ganhava o modelo atual de grupos e Oitavas, na oportunidade o México bateu a Bulgária por 2x0 e em seguida cairia para a Alemanha nos pênaltis.
Depois de cumprir punição em 1990 pelo Escândalo dos Cachirules onde a Federação adulterou a idade de jogadores para atuarem em partidas da Seleção Sub-20, os mexicanos jogaram à Copa e o pesadelo começou em 1994. Desde então, em TODOS os torneios, o México sempre avançou de fase para ser eliminado nas Oitavas-de-Final, sempre de forma traumática.
Em 1994, a derrota veio justamente para a Bulgária que eliminaram oito anos antes, 1x1 no tempo normal e queda nos pênaltis. Quatro anos depois, em 1998, a boa geração de Blanco e Hernández enfrentava a Alemanha, e Hernández abria o placar no início do 2º tempo. Mas não foi o suficiente e os alemães virariam com Bierhoff aos 41 minutos.
Em 2002, confronto contra os rivais dos Estados Unidos. A queda foi dolorosa, os americanos comandaram o jogo e venceram por 2x0 com show de Landon Donovan. Em 2006, era a vez da Argentina, Rafa Márquez abriu o placar aos 6 minutos e Crespo empataria quatro minutos depois. O jogo iria para a prorrogação, e mesmo o México indo bem, Maxi Rodríguez faria o gol que levaria o país a mais uma vez a volta para casa mais cedo.
2010 e novamente a Argentina frente aos mexicanos. O México era melhor até que o juiz valida gol irregular de Carlos Tévez que estava grosseiramente impedido após passe de Lionel Messi. A decisão transformou a partida em uma pilha de nervos e o México em presa fácil, 3x1 no fim das contas e mais uma eliminação.
Chega 2014, era a vez da Holanda. Giovanni dos Santos abre o placar no início da segunda etapa. Os mexicanos se defendem bravamente, até que uma falha de marcação deixa Sneidjer livre para empatar aos 42 do 2º tempo, 1x1.
O nervosismo era claro, qualquer outra seleção conseguiria levar o jogo para prorrogação e descansar, mas o histórico pesava. Eu que estava na imprensa naquele dia em Fortaleza, via o desespero em cada um dos jornalistas mexicanos na transmissão. Eles estavam certos, o juiz erroneamente assinala pênalti de Rafa Márquez em Robben, Huntelaar aos 49 minutos do 2º tempo bate forte, era o fim mais uma vez, a Holanda virava ainda nos acréscimos e o México voltava para casa, 2x1.
Alguns xingavam em plena transmissão, outros choravam no ar, uma emissora até mesmo abandonou a transmissão após o jogo, mas de fato o histórico pesa. Quando o México entrar em campo na próxima segunda-feira, em Samara, o Brasil não será o único adversário, o histórico de jogar como nunca e perder como sempre, o fantasmas das Oitavas estará assombrando cada minuto do time em campo.

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