terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

TOP 5 Brasil - Zagueiros



Enquanto eu crescia, viviam me dizendo que no Brasil não se formavam bons zagueiros e sim grandes jogadores de ataque. Claro, que na época se comparava a uma Itália que tinha Maldini, Baresi, Bergomi, dentre outros nos anos anteriores, o Brasil também tinha zagueiros a nível mundial, como Aldair, alguns não chegaram a estar entre os melhores, mas foram bastante competentes, como Márcio Santos e Ricardo Rocha, algumas lendas como Mauro Galvão nunca tiveram muita mídia, sem conhecimento do velho continente, talvez um dos maiores defensores que existiram por essas bandas, mas é notório que dos últimos dez anos para cá vivemos nosso auge na revelação de bons zagueiros, tendo a melhor dupla zaga do mundo por um tempo, inclusive, sendo dois dos melhores defensores mesmo dentro da grande escola da velha bota. 

5-Mauo Galvão
Alguns jogadores simplesmente não envelhecem e um deles foi Mauro Galvão. Revelado pelo Internacional em 1979, titular e um dos grandes destaques do título invicto do Brasileiro logo em seu ano de estreia, foi para Bola de Prata logo assim. Ficou até 1986 no clube gaúcho, ganhando mais quatro títulos gaúchos, sendo vice da Libertadores em 1980 e mais uma vez sendo Bola de Prata em 1985. Foi contratado em 86 pelo Bangu em grande e audacioso projeto que não vingou, frustrado, pelo menos teve a oportunidade de disputar sua primeira Copa do Mundo naquele ano. Em 1987, foi para o Botafogo onde ficou até 1990. No clube da Estrela Solitária, foi um dos destaques do bi-campeonato carioca e foi convocado para sua segunda Copa. Com 28 anos, em 1990, foi contratado pelo Lugano da Suíça onde jogou por seis temporadas. Foi ídolo do clube, sendo campeão da Copa da Suíça em 1993 e sendo vice-campeão suíço em 1995. O Grêmio resolveu repatriar o experiente zagueiro no meio de 1996 e não se arrependeu. Reserva imediato da dupla de defesa formada pelo paraguaio Rivarola e Adílson Batista, muitas vezes se mostrou mais seguro e em forma do que a própria dupla titular, ganhando o título Brasileiro daquele ano. Com a saída de Adílson para o futebol japonês, Mauro assumiu a titularidade do tricolor gaúcho em 1997, sendo vital no título da Copa do Brasil daquele. No meio do ano, o Vasco de Eurico Miranda que investia horrores, contrata o então experiente defensor de 35 anos. Entre 97 e 2000, Mauro Galvão foi um monstro da defesa cruzmaltina, sendo bi-campeão brasileiro, autor do gol do título carioca em 98 contra o Bangu aos 47 do segundo tempo, campeão da Libertadores, da Mercosul e Rio-São Paulo, perdendo espaço apenas em 2000, com a chegada de Júnior Baiano. Em 2001, voltou ao Grêmio sendo campeão gaúcho e da Copa do Brasil fazendo trio de defesa ao lado de Marinho e do penta-campeão mundial Ânderson Polga, acabou perdendo espaço para Roger devido a sua idade avançada durante o ano e se aposentou em 2002 após a eliminação do Grêmio pro Olímpia do Paraguai na semifinal da Libertadores.

4-Antônio Carlos "Zago"
Sem dúvidas, um dos zagueiros mais injustiçados pela Seleção Brasileira. Injustamente fora de pelo menos duas Copas do Mundo, Zago foi revelado pelo São Paulo em 1990. Titular do título brasileiro em 1991 sobre o Bragantino e do da Libertadores em 1992 contra o Newell's Old Boys, saiu para o modesto Albacete da Espanha no meio de 92. Demorou a se firmar, conquistou a titularidade a rodadas do fim, ajudando a sua equipe a se salvar do rebaixamento via play-offs contra o Mallorca, voltando ao Brasil para jogar no Palmeiras já na metade de 93. Ao lado de Cléber, fez uma firma dupla de defesa no Verdão, bi-campeão paulista e Brasileiro, foi Bola de Prata em 93. Em 1996, foi jogar no Kashima Reysol do Japão junto com Edílson Capetinha. Passou um ano e meio em terras nipônicas, sendo esquecido pela Seleção Brasileira, voltou ao Brasil no início de 97 para jogar no Corinthians, sendo campeão paulista e sendo decisivo em manter o Timão na Série A daquele ano, seu destaque rendeu o contrato com a Roma no começo do ano seguinte, formando uma das mais emblemáticas duplas de defesa da história do clube da capital ao lado de Aldair. Com a chegada de Fábio Capello em 1999, a Roma mudou para o 3-5-2 e em 2000 traria nomes como Zebina e Walter Samuel que fariam o tri de zaga com o brasileiro, além do atacante argentino Gabriel Batistuta. Campeão Italiano e da Supercopa Nacional, Zago se firmou como ídolo romano, saindo em 2002 para o Besiktas da Turquia. Ajudou o alvinegro de Istambul a conquistar o título turco no ano de seu centenário jogando muito bem, mas na temporada seguinte não manteve suas boas atuações e não renovou seu contrato. Jogou pelo Santos entre 2004 e 2005, sendo campeão brasileiro em 2004, mas com muitas contusões, poucas e fracas atuações foi negociado com o Juventude. Ficou no clube gaúcho até o fim de 2006, por lá se envolveu em uma polêmica de racismo. Em 2007, voltou ao Santos onde jogou apenas um jogo, se aposentando ao fim do Paulistão que fora campeão.

3-Thiago Silva
Podem achar ruim o que for, a Copa realmente foi ridícula, mas não apaga a qualidade desse grande zagueiro que infelizmente ficará marcado pelo choro e pelo papelão no último Mundial. Revelado pelo RS Futebol, que na época era um clube de empresários comandado por Paulo César Carpegiane, em 2003. Em 2004, foi contratado pelo Juventude e com boas partidas no Brasileirão daquele ano, foi para o Porto de Portugal. Contratado por cinco anos, nunca chegou a jogar e foi emprestado ao Dínamo de Moscou onde contraiu uma séria tuberculose devido ao frio, voltou ao Brasil em 2006 para o Fluminense por empréstimo, mas com o destaque foi contratado em definitivo. Foram dois anos nas Laranjeiras, campeão da Copa do Brasil em 2007, virou reserva de Lúcio e Juan na Seleção, Bola de Prata em 2007 e Seleção do Campeonato Brasileiro em 2008, além do título de Craque da Galera no mesmo ano. Foi para o Milan em 2009 e treinou por seis meses até poder jogar. Em três temporadas, foi duas vezes para a Seleção do Campeonato Italiano, foi eleito melhor defensor uma vez no Oscar del Calcio e outros diversos títulos individuais. Em 2012, o novo milionário PSG contratou o zagueiro e na França, como capitão é soberano. Desde então sempre faz parte das seleções de melhores do campeonato francês, foi eleito três vezes desde os tempos de Milan, da Seleção da UEFA, entre outros títulos. Apesar do fracasso em 2014, Thiago Silva foi um dos zagueiros brasileiros mais vencedores na Europa e com méritos, que suas lágrimas não apaguem seu futebol.

2-Juan
Quem acompanhava cada gol dos 7x1 contra a Alemanha, devia sentir uma falta dessa dupla. Juan, seguro, cabeça erguida, era o outro totem da dupla de zaga que por pelo menos cinco guardou o sistema defensivo brasileiro com muita qualidade. Entre 1996 até 2002, foi zagueiro do Flamengo, titular em quatro títulos cariocas, da conquista da Mercosul e da Copa dos Campeões, Juan era muito bem visto na Gávea, mas em época de vacas magras, não inspirava lá tanta confiança. Em 2002, foi pro Bayer Leverkusen, onde pela primeira vez fez dupla com Lúcio. Na Alemanha foram cinco temporadas e o coração da torcida alemã, saindo por 6 milhões de euros para a Roma em 2007. Na Itália, foram outros cinco anos, atrapalhados no fim pelas contusões, dois títulos. Ao fim do contrato em 2012, retornou ao Brasil para jogar no Internacional de Porto Alegre. Bi-campeão gaúcho, apesar do bom início, as contusões e a idade avançada não tornaram o experiente zagueiro unanimidade no colorado gaúcho. No início do ano retornou ao Flamengo.

1-Lúcio
Revelado em 1997 pelo Guará, era atacante quando na Copa do Brasil daquele ano chamou a atenção do Internacional de Porto Alegre. Virou zagueiro, ganhou destaque, mas conquistou apenas um título gaúcho assim que chegou ao colorado. Estreou na Seleção em Novembro de 2000, na vitória por 1x0 sobre a Colômbia no Morumbi e se manteve ali como titular por uma década inteira. Cachorro doido, raçudo, conquistou a Alemanha, foi em 2001, com sua transferência pro Bayer Leverkusen que Lúcio começou a chamar a atenção dos germânicos. Tinha sido no ano anterior, Bola de Prata do Brasileirão e logo de cara foi conquistando a titularidade e por três temporadas.. Foi vice-campeão da Champions em 2002, marcando inclusive gol na final contra o Real Madrid. Em 2004, assinou com o Bayern de Munique, onde viveu um dos seus melhores momentos na carreira, em cinco temporadas, foram oito títulos e a idolatria dos bávaros, até sair para a Internazionale em 2009. Foi em Milão, o seu auge, campeão da tríplice coroa italiana com Mourinho, foi o melhor zagueiro do mundo em 2010, viveu seu melhor momento na carreira, mas também quando o ótimo momento acabou, Lúcio nunca mais foi o mesmo. Saiu da Inter em 2012 para a rival Juventus conquistando o título da Supercopa da Itália na estreia, mas pouco jogou, passou também pelo São Paulo sem brilho e fui para o Palmeiras, amargando o banco e quando entrava, trazia muitas críticas. Para quem viu um dia, raçudo, firme, bom por cima, Lúcio em nada lembra quem já foi. Desde 2015 joga a Liga Indiana pelo Goa FC.

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