quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Se eu fosse jogador, eu seria mercenário

Renato Augusto no Flamengo saindo carregado pelos
massagistas (Foto: Agência O Globo)
Esse é Renato Augusto, tem 27 anos e em um pouco mais de mês ele fará 28. Tem em sua carreira passagens importantes pelos dois clubes de maior torcida do país, como Flamengo e Corinthians onde acabou de ser o principal jogador no título brasileiro do time. Jogou na Europa, pelo Leverkusen da Alemanha, time tradicional e de segundo escalão no continente, terminou 2015 como titular da Seleção Brasileira, ganha em torno de R$ 400 mil por mês, recebeu a chance de voltar a Europa, voltar a Alemanha, jogar em um time ainda maior, o Schalke 04, não deu certo, veio a China e ele recusou, mas quando ofereceram R$ 2 milhões ele não teve como recusar.

Hoje chamam-no de mercenário, me desculpem, mas eu também sou então, porque também iria. Renato já não é mais nenhum garoto, sabe que não tem mercado em um gigante europeu, sofreu cerca de 7 à 8 lesões graves durante a carreira, 2015 foi a primeira temporada desde 2008 que ele não sofreu nenhuma delas, ou seja, a primeira em oito delas. Mesmo ganhando R$ 400 mil, seu clube em 2015, o Corinthians passou meses atrasando salários, chegando a estar devendo R$ 30 milhões na folha, até onde se diz não pagou todos os direitos de imagem e é uma realidade constante do futebol brasileiro e que pode voltar. Outro é a falta de segurança do país, a pressão de jogar no Corinthians, até sua transferência era um caso de amor, mas bastaria uma derrota em um Clássico, uma eliminação, que o amor acabaria, afinal a fiel já chutou grandes ídolos, Ronaldo "Fenômeno", Marcelinho Carioca, Carlos Tevez, até mesmo Rivellino teve problemas com os torcedores, o que garantiria que o mesmo não acontecesse com ele?

Dinheiro, segurança, Renato não tem espaço em um grande clube europeu, sua pedida salarial (R$ 800 mil) no Schalke foi recusada, jogará em um país sem pressão, que paga em dia, emergente economicamente, socialmente (apesar de haver divergências aqui) e para ele, principalmente, futebolisticamente. Ele sabe que as contusões podem voltar e atrapalhar sua carreira, ele pode ganhar muito bem, mas pode dar luxo e conforto que ele nunca imaginou para sua família agora, eu, se fosse ele, também iria.

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