sábado, 16 de janeiro de 2016

Museu do Futebol, lindo e cruel


O Museu do Futebol continua maravilhoso, fantástico e espetacular, mas atenta uma falha muito grande de como se trata o futebol nesse país, continua tratando com apenas dois estados importassem, outros 4 "forasteiros" tivessem relevância e o resto é índio, alguns mais simpáticos e tratados com um falso respeito, outros tratados como animais de zoológico e outro sequer lembrados.

O início com fotos de símbolos de clubes por todo país é bem legal, tem diversos escudos de todo país, é algo que dá uma premissa de quão nacional o Museu do Futebol "Brasileiro" é. Infelizmente o resto não é tanto assim, nos ídolos nacionais alguns nomes fazem falta, mais para frente nas narrações e jogadas da história, os lances se restringem à Seleção Brasileira e clubes de quatro estados, Copa do Nordeste, Copa Norte, campeonatos como Santa Catarina, Paraná e Goiás completamente ignorados, os grandes narradores com exceção de um nome ou outro são do Rio de Janeiro ou São Paulo. 

Essa parte da foto ao lado se chama "Exaltação", nela estão gritos e comemorações de gols de 29 clubes, de 11 estados e das 5 regiões. Torcidas como a do Ceará, Bahia, Vila Nova, Avaí, Figueirense, Brasil de Pelotas, foram completamente ignoradas, outras como a do América-RN além de terem filmagem ridícula e diminutiva mal tem espaço, enquanto as imagens dos chamados "grandes clubes" se repetem de forma exaustiva. 

Saindo de lá, várias fotos de como o futebol começou no país, claro, a maioria só em São Paulo ou Rio de Janeiro, achar algo de outro estado fica quase que impossível. Descendo se tem placas com detalhes de vários times do país, procurei logo dos clubes nativos do meu estado, Ceará e Fortaleza, sequer quis ver o resto quando vi que não tinha os dois, mas do extinto Colorado do Paraná tinha. 

Chegando do outro lado era o local das curiosidades e de cara alguns equívocos. Pelé é obviamente tratado como o maior por seus 1283 gols, mesmo que "apenas" 757 deles tenham sido marcados de forma oficial. Se formos tratar amistosos e documentados, o brasileiro Arthur Friedenreich marcou 1329 gols, o alemão Gerd Müller fez 1461 gols e o austríaco-checo Josef Bican marcou incríveis 1468 gols. Se formos contar oficiais apenas, Pelé ainda estaria atrás de Josef Bican com 761 gols e de Romário, herói do tetra com 762 gols. 

Foram vários equívocos como do goleiro Getúlio Vargas tratado como apelido quando o nome do goleiro é Getúlio Vargas Freitas de Oliveira Júnior, dentre outras falhas. Infelizmente para ser o Museu do Futebol "Brasileiro" ainda precisa nacionalizar mais, precisa sair do 'casulo' de que chamamos eixo, na qual times do Rio de Janeiro e São Paulo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Internacional de Porto Alegre fazem parte. A experiência ainda é riquíssima, mas no olhar crítico, se torna bem mais cruel, escancara o que acham importante para o futebol nacional.

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