terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Primeira Liga é realmente a solução?


Nos últimos dias a Primeira Liga virou o assunto do momento nas resenhas sobre futebol. Criado em tese para ir contra a CBF, pelo vice-presidente da CBF e presidente da FCF (Federação Catarinense de Futebol) Delfim Peixoto. Uniu-se então o interesse de recriar a Copa Sul-Minas aproveitando o sucesso da Copa do Nordeste. Por conta das brigas com a FERJ, Flamengo e Fluminense se aproximaram, criando assim o que temos hoje, a Primeira Liga, mesmo no meio de tantos impasses e confusões.

Mas agora fica a dúvida, será que essa é a solução? Em 2010, enfraquecidos e em crise financeira, os clubes nordestinos junto com a Esporte Interativo usaram a pausa da Copa do Mundo para reeditar a Copa do Nordeste. Não precisa nem dizer que foi um fracasso, onde a maioria dos times ia com suas equipes reservas e o público não compareceu. Três anos depois, a Liga Nordeste já fundada e sacramentada recriou a competição. Em 2010 foram enviados os mais tradicionais, em 2013 participou quem se classificou, deixando o tradicional Náutico-PE de fora. O torneio vai para o quarto ano e desde a edição passada já conta também com times de Maranhão e Piauí, se tornando exemplo a ser seguido para qualquer competição no país, tornando novamente os estaduais atrativos pela vaga no Nordestão e o torneio atrativo pela rivalidade e a vaga na Sul-Americana.

A Primeira Liga nasce em moldes parecidos ao Clube dos 13 em 1987. Ela já de cara tem cotas superiores de um clube para o outro. Os participantes estão ali via Ranking da CBF, mas o intuito do torneio é justamente não seguir a CBF, ou seja, ou é hipocrisia ou não querem admitir a proteção aos mais tradicionais da região. Botafogo e Vasco não iriam pelo Rio por estarem juntos à FERJ, os clubes de São Paulo foram chamados, mas de outros estados não, foram completamente esquecidos na hora de 'bater de frente' com a CBF.

Além disso, Flamengo e Fluminense tem cadeiras cativa, se abre um processo dito embriônico, mas ele não tem nada planejado para temporadas seguintes. Se diz contra a CBF e a favor dos clubes, mas os mesmos por diversas vezes ficaram ao lado da manutenção do futebol brasileiro como é, começando nas cotas de TV. Inclusive, esses próprios clubes e suas federações votaram a favor de Coronel Nunes na eleição da CBF, vencendo o próprio idealizador, Delfim Peixoto que teve apenas nove votos, o de sua Federação e 8 do Nordeste. Então, onde está a mudança? A bola nem rolou e brigas internas e políticas, não com a CBF, entre os dirigentes já existem.

Então ela é a solução mesmo? Cadê o projeto? Cadê o diferente? Então quando me perguntarem se estou do lado dos clubes ou do da CBF, eu sou claro, de nenhum dos dois, eu estou ao lado do futebol brasileiro e nenhum dos dois lados me demonstrou nenhuma mudança ou segurança, apenas sede por poder e dinheiro.

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