Um dia de Handebol feminino

Seleção Brasileira Feminina campeã mundial em 2013

O dia hoje foi de handebol feminino para mim. Acordei cedo e me dirigi até Maracanaú, cidade na região metropolitana de Fortaleza para acompanhar a final da Liga Nordeste entre Fortaleza/IFCE e Deoclécio, duas equipes locais/cearenses. No fim, o Fortaleza foi campeão de forma inédita depois de bater na trave por dois anos seguidos sendo vice-campeãs e fizeram a festa. Cheguei de tarde pronto para acompanhar Brasil e Romênia pelo Mundial na Dinamarca, pelas Oitavas-de-Final. Atuais campeãs, líderes invictas de seu grupo, as brasileiras pararam nas romenas e caíram relativamente cedo na competição. Decepção? Longe disso.

A Liga Nordeste que eu acompanhei hoje só teve nove clubes de cinco estados, o único estado com mais de um participante era o Ceará com cinco membros, mais de 50% das equipes em disputa. A final, emocionante e de bom nível foi disputada em um ginásio onde tinham apenas 50 pessoas, se cabiam 300 seria muita gente. As grades quebradas, redes furadas, essa é a realidade do segundo maior torneio interestadual do país.

O primeiro, a Liga Nacional contou com a incrível conta de seis equipes, todas do Sul-Sudeste, sendo três de São Paulo, uma do Rio de Janeiro, uma de Santa Catarina e uma do Rio Grande do Sul, o menor número desde os dois anos iniciais da Liga, em 1996 e 1997. Das quinze atletas convocadas para o Mundial, apenas 5 atuavam no país. O Fortaleza, das garotas que venceram no Nordeste sonha com em poder participar da Liga Nacional no próximo ano, o título as dá direito, mas a logística complica por estar bem distante de todas as outras concorrentes.

Faltando meses para as Olimpíadas no Brasil, temos um esporte difundido onde somos campeões mundiais, no Pan ganhamos medalhas em todas as edições, incluindo com ouro nas últimas cinco. Decepção? Longe disso. Decepção é termos uma das maiores seleções do mundo em um esporte e ele viver total situação de abandono.