sexta-feira, 19 de abril de 2019

Um agradecimento pela luta dos últimos 10 anos. Time de guerreiros!


Sei que tem uma final pelo meio, mas é difícil não pensar no que vem pela frente, por tudo que passamos nesse caminho tortuoso, doloroso, longo, mas que nos tornou ainda mais apaixonados. 

Foram quase dez anos entre a primeira foto e o que vai acontecer no próximo dia 28 de abril. Foram exaustivos 3.445 dias passados, entre o desespero e o sonho. Em uma década que muitos pensavam que íamos apequenar, mas crescemos, renascemos das cinzas como uma Fênix, ave mitológica, que se não fosse o tão enraizado Leão, cairia como uma luva para representar o Fortaleza Esporte Clube. 

Hoje só quero fazer algo que queria fazer à um bom tempo. Gostaria apenas agradecer todos que fizeram parte disso. Podem pensar: "Agradecer? Tá louco!?". Talvez um pouco, ou talvez os anos que lá dentro passei me mostraram algo diferente do que como torcedor eu era acostumado. 

Desde cedo a imprensa nos vende o futebol como produto de mídia, cheio de heróis, vilões e claro, todos compramos a narrativa, afinal como não vilanizar aquele zagueiro que não subiu com o atacante adversário e nos custou o título? Ou o árbitro que não marcou o pênalti da classificação? Como não idolatrar o centroavante que fuzilou as redes para um heroico acesso? Como não? O futebol é cheio de céus e infernos. 

Com o tempo, vivendo esse clima você aprende que todo mundo ali é um herói. Cada atleta, cada funcionário tem sua história, cada um é herói dela. Lesões, perdas, abdicações, é a vida no futebol é dura e passa longe do glamour que é vendida. É uma vida onde se lida muito mas com o fracasso do que com a glória. Um ano de alegrias vai por água abaixo por conta de 1 segundo, de um passo em falso, um momento mal calculado. 

Nesse tempo mais de 200 jogadores vestiram a camisa tricolor. 25 treinadores sentaram no banco de reservas, entre oficiais e interinos, além de 8 presidentes. Nomes ilustres e imortais como Fernando Coração de Leão, Salvino, Manoelzinho, Raimundo Arraes, Dona Marizinha, Zé Candido Fontenele, Roberto Studart, Tia Mara, tantos outros apaixonados e ilustres tricolores nos deixaram nesse período e nos deixaram um bocado órfãos. 

Tanta coisa mudou, até mesmo nosso amor pelo Fortaleza. Mesmo em meio a tanto sofrimento, ele cresceu. Cresceu de uma forma que ninguém imaginava. Nossa torcida fiel ficou ainda mais, liderou médias de público, teve recorde de presença no país em mais de um ano. As belas festas ficaram profissionais e os mosaicos ficaram conhecidos mundo afora. O PV, nossa casa acabou ficando pequeno para o nosso tamanho. O Pici, nosso lar, deixou de ser estádio e está virando um Centro de Excelência. 

Evito dizer que fracassamos, apenas maturamos, criamos consciência e nutrimos nossa paixão para o momento certo. O tempo que se dizia perdido, aos poucos, com trabalho bem feito vem se recuperando, porque o futebol é assim, cíclico, de altos e baixos. Se um dia estivemos aquém, iremos além!

Por fim, gostaria apenas de agradecer cada torcedor, funcionário, atleta, dirigente, subindo ou não, tendo uma passagem marcante pela torcida ou apenas tendo o prazer de dividir por algum tempo esse amor conosco, cada um teve sua importância, cada um veio com desejo de subir, mas nem sempre é como queremos, tudo tem seu tempo. 

Muito obrigado pela luta, pela garra, nos desculpem pelas críticas, vaias, pelos xingamentos, por taxarem de vendidos ou fracados, ninguém nesse clube jamais será merecedor de alcunhas como essas últimas, viver o Fortaleza já te faz um vencedor, mas são dores de torcedor. Independe do que venha no Clássico, seja título ou não. De como jogaremos durante a Série A, já somos vencedores, e unidos vamos continuar mostrando isto à todos, só dependemos de nós!

Por Luca Laprovitera

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