segunda-feira, 15 de maio de 2017

O Fortaleza de Bonamigo contra o Remo

Rodrigo Mancha marcando o remista Danilinho
(Foto: Diário do Pará)
Sem Zé Carlos que rescindiu contrato e sem Lúcio Flávio que voltava de lesão, a grande dúvida da última semana era quem iria jogar no ataque do Fortaleza na partida de ontem contra o Remo. Mesmo com Gabriel Pereira e Vinícius Baiano no elenco, durante toda a semana, Bonamigo treinou em duas formações sem utilizar os garotos, o 4-4-2 com Leandro Lima e Cássio Ortega, e um 4-1-4-1 com Leandro Lima centralizado.

Equipe que começou a partida
E foi com o 4-1-4-1 que Bonamigo foi ao jogo. Se aproveitando do desentrosamento da equipe remista, a equipe do Leão do Pici povoou o meio-campo, usou Leandro Lima na frente por ser um atleta que segura e distribui melhor o jogo, mas também faltou um jogo mais incisivo pelas pontas.

De um lado Felipe e Pablo, do outro Bruno Melo e Éverton, mesmo com Adenilson tentando criar algo, faltou um jogador de frente, um atleta que tivesse ou abrisse condições para finalizar. A única chance real nasceu de um erro da zaga remista em chute por cima de Bruno Melo. Apesar do domínio de posse de bola, um controle de jogo, o Fortaleza jamais ofereceu perigo verdadeiro ao gol da equipe paraense.

No intervalo, Bonamigo tira Leandro Lima e colocou o estreante Hiago. A mudança afetou o time que perdeu a referência no setor final de campo, já que Hiago prefere jogar pelos lados e de frente para o gol. Mesmo assim, o Fortaleza conseguia manter a posse e o controle, até parecia que iria crescer no jogo com jogadas de velocidade pela ponta esquerda, com o trio Adenilson-Bruno Melo-Éverton, mas foi com a substituição do primeiro que tudo mudou.

Adenilson pediu para sair e em seu lugar entrou Cássio Ortega, mudando a formatação da equipe aos 20 minutos do 2º tempo. O 4-1-4-1 deu lugar ao 4-4-2 e a mudança foi decisiva na partida.

Equipe que terminou a partida
Com a saída de Adenilson, Rodrigo Mancha subiu para cobrir o meio-campo, variando com Uchôa na parte central. Pablo e Éverton (Wesley entrou em seguida) começaram a cobrir a faixa central, cobrindo as subidas dos dois laterais, ou indo até o fundo, deixando Felipe e Bruno Melo na cobertura intermediária.

A mudança foi crucial, sem Adenilson, um erro no triângulo defensivo direito onde Felipe e Rodrigo Mancha não chegaram a tempo abriu para Heitor que furou, dando espaço para Edgar avançar e sofrer pênalti de Ligger. Na cobrança, Nino Guerreiro bateu forte e marcou o gol do jogo.

Sem Adenilson, o time perdeu criatividade e mesmo com domínio não conseguia criar. Talvez o treinador pudesse ter centralizado Éverton e aberto algum atleta ao lado esquerdo, mantendo certa criatividade no meio e o jogo incisivo pelas pontas, mas como tinha deixado claro na coletiva de sexta de manhã, iria testar também o 4-4-2 durante o jogo, com duas linhas fixas na defesa e central, e dois jogadores na frente, esperando uma infiltração que não aconteceu. Por fim, Éverton que poderia ter sido centralizado para tentar algo diferente foi substituído por Wesley que não teve muito tempo de encaixar muita coisa diferente na equipe.

Bonamigo fez o que podia com as peças que tinha, mas pecou porque ainda não conhece 100% do seu elenco, algo normal para uma estreia. Para o torcedor que conhece bem seu grupo, fica evidenciada a falta de peças e a necessidade urgente de contratações já que o Fortaleza entra em campo no início da noite desta sexta-feira (19), contra o perigoso Botafogo-PB, em partida que até o momento está marcado para o Castelão.

Um comentário:

  1. Muito bom os seus textos Luca, você é um torcedor que dá uma visão mais jornalística para os mais leigos que talvez não enxergue os esquemas utilizados durante o jogo como eu. Teria como você fazer um texto sobre o que o Sport e Bahia estão fazendo de diferente na parte administrativa que aparentemente estão mais fortes e organizados do que antigamente, numa época que um time do nordeste subia pra A e certamente cairia no ano seguinte.

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